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Aula 15/09/2010

15/09/2010

SEMINÁRIO CONTEXTO HISTÓRICO MAQUIAVEL

Itália dividida em principados.

Instabilidade política: traições e conflitos constantes.

Condottieri: mercenários contratados pelos governantes com a finalidade de lutas nas relações de poder.

Florença: A Santíssima Liga proporcionou relativa estabilidade à região, costituindo um tratado de paz na Itália.

Em 1469 nasce Maquiavel, sendo neste mesmo ano a posse de Lourenço de Médici ao poder de Florença. Ele termina o tratado, pois acreditava que estava dando demasiados poderes ao papado. Seu filho por incompetência é expulso ao perder o poder ao rei francês Carlos VIII.

Savoranola: frei dominicano que ganhou certo prestígio à época devido às pregações proféticas que fazia, tal como a invasão de um país estrangeiro em Florença. Assume o poder por um tempo, mas a partir que passa a criticar a Igreja, esta o concebe como herético e o queima em praça pública. Maquiavel o denomina como o profeta sem armas. A razão de não conseguir manter-se no poder ocorre pela ausência de um exército próprio.

César Borgia: filho do Papa Alexandre VI, mercenário, altamente elogiado por Maquivel por diversos motivos, sendo por muitos dito ser o exemplo de Maquiavel na obra “O Príncipe”.

Renascimento: nasceu na Itália e depois se espalhou pela Europa, sendo um movimento filosófico, científico, literário e artístico. Há grande desenvolvimento do mecenato (suporte e proteção por alguns setores para os renascentistas). Houve também a invenção da imprensa.

Características: individualismo, racionalismo, hedonismo, naturalismo, antropocentrismo.

Humanismo: Thomas Morus (Utopia), Francesco Petrarca (“pai do humanismo”) e Dante Alighieri (A Divina Comédia).

Biografia: nasce em 1469; em 1498 recebe seu primeiro cargo público (Secretário da Segunda Chancelaria); em 1502 casa; em 1512 há a Batalha de Ravena em que os Médicis voltam ao poder; em 1927 há a queda da dinastia Médici, assim como sua morte.

Linha de pensamento: anti-aristotélico (não acredita no maniqueísmo, não diferenciava governo e governante e acreditava na força de um monarca); novo conceito de Estado (distinção entre Estado e moral idealizada pela Igreja; os fins justificam os meios só se aplica quando os meios são adequados aos fins).

Principais obras: O Príncipe (1513), A Arte da Guerra (1520) e A Mandrágora (1524).

SEMINÁRIO O PRÍNCIPE DE MAQUIAVEL

O Príncipe: dividido em 26 capítulos, foi condenada pelo Concílio de Trento e é colocada no Index dos livros proíbidos. O tema central é sobre o poder e a manutenção dele. Espécie de auto-promoção do Maquiavel.

Características: maneira realista de pensar política (rompimento da política com a moral religiosa); política não se confunde com ética e religião; rompimento com o pensamento medieval; pensamento político moderno. Considerado por alguns como o primeiro cientista político.

A verdade efetiva das coisas: trabalha com o ser e não com o dever ser; realidade concreta; fundamentos baseados em fatos históricos. Ponto de partida e chegada a realidade concreta. A história tem um caráter cíclico, ela se repete.

O que é o Estado? Ascenção do poder secular contra o poder eclesiástico; ascenção da nação contra as estruturas feudais da época; ascenção do homem novo, os condottieri.

Virtú: capacidade de adaptação aos acontecimentos políticos que levariam à permanência no poder.

Fortuna: vem da deusa romana da sorte e representa as coisas inevitáveis que acontecem aos seres humanos. Não se pode saber a quem ela vai fazer bens ou males e ela pode tanto levar alguém ao pdoer como tirá-lo de lá, embora não se manifeste apenas na política. Como sua vontade é desconhecida, não se pode afirmar que ela nunca lhe favorecerá.

Repúblicas ou principados: poder sobre os homens; tipos de monarquias hereditárias e as recentes (força das armas, pela fortuna, ou pela virtú). Há também a monarquia mista, que contempla a hereditariedade e as outras condições.

Condições de conquista: conquista pela própria virtú (energia, vigor, resolução, talento, valor bravio e se necessário ferocidade); conquista pela fortuna e pelas armas alheias; conquista pela perversidade; conquista pelo consetimento dos concidadãos.

Conservação e queda: quando se conquista um país acostumado a viver segundo as suas próprias leis e em liberdade, três maneiras hão de se proceder para conservá-lo: destruí-lo; ir morar nele; e deixá-lo viver com suas leis.

Ética cristã: atitudes dos governantes subordinados a uma leis superior; função do Estado (bem comum e justiça); vida humana destinada à salvação da alma; indivíduo deve aderir as virtudes perfeitas.

Visão de Maquiavel sobre a Igreja: a Igreja deve ensinar os homens a serem bons, mas não o fazia, pois tal instituição desejava governar o Estado (pior de todos os poderes temporários); a influência do Humanismo italiano (cultura emergente às margens da Igreja que não descrevia o homem como perfeito e bom, mas diferente disso).

Mudança de paradigma: a incompatibilidade das proposições da Igreja para a manutenção do estado; inauguração da teoria moderna de Política/Estado; função do Príncipe: manutenção do poder e estabilidade do Estado.

“O príncipe não deve se desviar do bem, se possível, mas deve estar pronto a fazer o mal, se necessário”.

Política em Maquiavel: ação humana autônoma, independente da religião; nasce das lutas sociais e deve ser feita para o povo; ação política x ação privada; retira a política do puro julgamento moral; o príncipe não deve se governar pelos vícios.

Homem como nova realidade: o homem como ele é, egoísta, vingativo, ambicioso e volúvel.

Características do Príncipe: deve ser corajoso, forte, decidido, generoso com parcimônia e econômico; agrada aos nobres e ao povo; toma atitudes boas e más; prefere ser temido a ser amado; evita o ódio e desprezo dos súditos; pode ser cruel com o exército; mantém a palavra quando possível; é admirado quando dos grandes feitos e das demonstrações políticas.

O temor do Príncipe: o ódio do povo: se o povo odeia o povo, há grandes possibilidades de revolta pelo povo; e o exército estrangeiro: se não houver um exército bom e oganizado, será fácil a subjugação do Príncipe.

O aparato do Príncipe: o exército (primeiro aliado do príncipe na manutenção do poder); e os bons ministros (fortalecem a imagem do Príncipe mediante boas políticas e estratégias).

A controvérsia gerada em torno das conclusões retiradas a partir da obra. Maquiavel: perverso ou brilhante? O erro do senso comum do conceito maquiavélico, desconectado do contexto político em que se envolve e da época que viveu.

Embora Maquiavel seja moderno e traga a modernidade em si, não o é em plenitude, como por exemplo a separação de livros, a confusão da imagem do Príncipe com a do Estado, além de outras características.


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